segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

História

O derramar do Espírito, como narrado no livro dos Atos, capítulo 2 vai ser um marco na história de Israel. O povo que neste momento histórico está maduro para o recebimento do Messias como redentor (João 1:15~37 – Ef 1:8~14) já historicamente participantes das alianças, agora estão firmados numa Nova Aliança que tem como base o sangue daquele que se deu em sacrifício vicário como propiciação pelos pecados de seu povo, a saber, Jesus,   que de acordo com o testemunho, dos pais apostólicos, registrados nos textos que nos servem como padrão de doutrina e conceitos (cânon),ressuscitou ao terceiro dia para justificação de seu povo.
A grande maioria das postulações teológicas, sistemáticas, não leva em conta o contexto histórico em que se desenvolve a nova doutrina anunciada pelo Rabino da Galileia. Sua mensagem vai de encontro ao que era vivenciado pelos escribas, intérpretes da lei pelos saduceus e fariseus, esta última uma seita popular entre o povo. O judaísmo não é uma religião coesa e está dividida em vários grupos e seitas, conforme descritas abaixo, sendo a dos fariseus e saduceus as principais.

Saduceus

 Elite governante que tem como principal preocupação a manutenção do “status quo” político vivendo um casamento incestuoso com o Império Romano. Abominando-o de um lado, mas tolerando de outro, pois a manutenção desta elite no poder depende da tolerância o poder imperial. Não era bem vista pela população, por causa da complacência à ocupação romana justamente por preocupar-se com a manutenção de seu poder. A casta sacerdotal era escolhida dentre os membros desta seita justamente por esta relação com o poder dominante; o cargo de sumo sacerdote era importante e demandava uma preocupação maior por parte do prefeito romano. Os saduceus eram liberais quanto às suas convicções religiosas, não crendo que haveria uma ressurreição ou mesmo a existência de anjos. Apegavam-se mais à questão jurídica do Pentateuco devido à natureza política de sua seita e não eram ateus como muitos às vezes parecem mostrar. A literatura ou mesmo a cinematografia mundial tenta mostrar os saduceus como homens desalmados, não apegados a qualquer tipo de justiça, o que não é historicamente correto. Eram  homens de um contexto histórico específico, preocupados em manter seus privilégios e jogavam o jogo político com as armas que dispunham. Demonizá-los seria cometer uma arbitrariedade na interpretação do momento histórico e além do mais não devemos esquecer que foram instrumentos e agentes da história para o cumprimento das profecias.
É difícil determinar a origem desta seita. Sabemos que existiu nos últimos dois séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus. O nome parece proceder de Sadoc, hierarca da família sacerdotal dos filhos de Sadoc, que segundo o programa ideal da constituição de Ezequiel devia ser a única família a exercer o sacerdócio na nova Judéia. De modo que, dizer saduceus era como dizer "pertencentes ao partido da estirpe sacerdotal dominante". Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral. Na realidade, parece que a controvérsia entre eles foi uma continuação dessa hostilidade que havia começado no templo dos macabeus, entre os helenizantes  e os ortodoxos. Com efeito, os saduceus, pertencendo à classe dominadora, tendo a miúdo contato com ambientes helenizados, estavam inclinados a algumas modificações ou helenizações. O conflito entre estes dois partidos foi o desastre dos últimos anos da Jerusalém judia.